Poupança teve retirada de quase R$ 50 bi no 1º semestre

No 1º semestre deste ano a retirada dos recursos da poupança superou as aplicações em aproximadamente R$ 48,49 bilhões.

A crise econômica tem atingido também a caderneta de poupança. A alta do desemprego, dos tributos, da inflação e o consequente endividamento das famílias, tem feito com que as retiradas da caderneta de poupança aumentem a cada dia.

Somente no primeiro semestre deste ano, a retirada dos recursos da caderneta superou as suas aplicações em aproximadamente R$ 48,49 bilhões, segundo o divulgado pelo Banco Central, no último dia 4.

No mês passado, as retiradas foram R$ 7,5 bilhões mais altas do que os depósitos. O mês foi o oitavo seguido em que se registrou evasão dos recursos da caderneta.

O atraso na antecipação do 13º salário também pode ter sido uma das causas da grande retirada da poupança.

Saldo em recuo:

Com o grande número de retiradas na caderneta de poupança no acumulado do primeiro semestre deste ano, seu saldo sofreu um recuo. No final do ano passado, os recursos totalizavam R$ 622,7 bilhões e no mês de julho caíram para R$ 648 bilhões. No mês de agosto, a queda continuou, e os recursos fecharam o mês em R$ 645 bilhões.

Os motivos:

Dentre os principais motivos que fizeram com que a população retirasse fundos da poupança está a alta de tributos, o que fez com que a renda da população diminuísse. Além disso, limitações em benefícios sociais, como o auxílio-doença, seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte, além da alta no desemprego (8,3%, o maior desde o começo da série histórica, em 2013), fizeram com que o brasileiro tivesse dificuldade em pagar suas contas, recorrendo ao crédito na poupança para tentar honrar seus compromissos.

Baixa rentabilidade:

Para complementar o quadro que favoreceu as retiradas da poupança neste ano, sua rentabilidade não está das melhores. A caderneta tem ficado muito atrás em retorno, frente a outros investimentos, o que incentiva a população a retirar o dinheiro aplicado, em busca de novas alternativas. Dinheiro aplicado na poupança atualmente fica praticamente “parado”, com um rendimento de apenas 6,17% ao ano, mais TR. Bem pouco, se comparado a outros investimentos seguros, como o tesouro direto, cada vez mais popularizado entre os menores investidores.

Os especialistas recomendam que a caderneta pode ser ainda uma boa opção para quem tem pouco dinheiro investido, para quem deseja uma aplicação de curto prazo, ou para quem deseja somente um fundo de reserva econômica para eventuais emergências. Como a poupança não cobra Imposto de Renda, nem tem um tempo mínimo de resgate, ela ainda é muito utilizada pelo seu alto poder de rotatividade.

Nada mais natural do que numa época em que o crédito está cada vez mais difícil, e as reservas econômicas cada dia mais escassas, que o brasileiro abra mão de sua reserva na caderneta, para cumprir com seus compromissos. Resta a esperança de que tempos melhores cheguem e que a poupança volte a ser novamente um “colchão de segurança” para os brasileiros.

Por Patrícia Generoso

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