A taxa de juros rotativos do cartão de crédito subiu em janeiro para 334% ao ano, ante 309,5% ao ano no mesmo período de 2014. Em dezembro, essa taxa era de 331,6%.
O juro rotativo se trata da linha de crédito pré-aprovada no cartão e inclui também saques na função crédito do meio de pagamento. A média de juros para pessoas físicas com recursos livres alcançou 52,6% ao ano no mês de janeiro. Tal taxa subiu 2,5% em ralação à de dezembro e 6,9 pontos percentuais em 12 meses. O patamar de janeiro é o maior desde o início da nova série histórica do Banco Central, em março de 2011. Antes, a maior taxa de juros, de 51,25% ao ano, havia sido registrada em outubro de 2011.
O Banco Central revisou as séries históricas relativas aos juros devido à mudança de metodologia. A principal mudança em relação à nova metodologia foi a introdução dos juros do cartão de crédito, que subiram 2,7% em janeiro na comparação ao mês de dezembro de 2014, ficando em 73,3% ao ano.
A taxa de juros do cartão é dividida em dois: crédito rotativo e crédito parcelado. Em relação à taxa específica do crédito rotativo no cartão, os juros atingiram em janeiro 334% ao ano, crescendo 2,4 pontos percentuais sobre dezembro e 24,5% pontos percentuais em 12 meses. Já os juros do cheque especial ficaram em 208,7% ao ano, uma alta de 7,7 pontos percentuais no mês e 54,6 pontos percentuais em 12 meses. Tal patamar atingido em janeiro é o maior desde abril de 1996, quando os juros da modalidade alcançaram 212,26% ao ano.
Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, admitiu que houve aumento "em quase todas as modalidades de taxas de juros" praticadas no país. De acordo com ele, o movimento pode estar relacionado ao ciclo de política monetária, ou seja, à política de elevação da Selic, taxa básica de juros da economia, adotada nos últimos meses pela autoridade monetária. "É possível que parte da alta de juros reflita mudanças anunciadas nas taxas em programas no âmbito do BNDES", acrescentou. O Banco Central também informou que o mês de janeiro registrou queda na inadimplência das pessoas físicas.
O indicador relativo aos débitos com recursos livres ficou em 5,4%, ante 5,5% em dezembro. O patamar atingido no mês anterior é o menor desde o início da série histórica, em março de 2011.
Por William Nascimento
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