É cada vez maior o número de brasileiros que não conseguem manter suas contas em dia, e o atual momento econômico do país tem contribuído bastante para este fato.
De acordo com informações do Banco Central (BC), hoje no Brasil 45,88% da renda anual das famílias está comprometida para a quitação de suas dívidas. Deste percentual, 11% da população possui débitos em atrasados com o cheque especial e cerca de 39% dos consumidores têm dívidas com o crédito rotativo do cartão de crédito.
Estas dívidas em atraso, tanto com o cheque especial quanto no cartão de crédito, acabam se tornando verdadeiras bolas de neve, pois os juros praticados pelos bancos e administradoras de cartões de crédito são extremamente elevados e os consumidores não conseguem se livrar destes débitos facilmente.
No mês de novembro 2014, o Serviço de Proteção ao Crédito – SPC registrou uma elevação nos índices de inadimplência entre os consumidores. Esta alta representa um percentual 3,37% maior que em novembro de 2013.
Atualmente, são 55 milhões de consumidores brasileiros que estão com contas em atraso, segundo fontes do SPC Brasil.
Para a economista chefe da entidade, as causas que mais contribuem para o avanço da inadimplência no Brasil estão ligadas à alta na taxa de juros, a alta da inflação, o fraco desempenho econômico que assola o país e a falta de confiança da população na economia.
E um dos fatores que podem contribuir para a diminuição das taxas de inadimplência em médio prazo é, exatamente, a falta de confiança que os consumidores estão sentindo em relação à economia hoje, pois, desta forma, a população está reduzindo seus gastos e têm optado por não fazerem parcelamentos de longo prazo, devido a este cenário de insegurança gerado pela economia.
Em uma pesquisa realizada com 2 mil pessoas pelo Boston Consulting Group – BCG,que foi baseada em dados do último Censo realizado pelo IBGE, percebe-se que, além da desconfiança com a economia, os consumidores estão mais dispostos a quitarem suas dívidas e que pretendem diminuir suas despesas em 2015, pois, mesmo com o aumento salarial que acontecerá a partir de janeiro desse ano, estes entrevistados creem que o valor dos seus salários não terá a mesma capacidade de aquisição de antes.
A pesquisa do BCG mostrou também que os entrevistados estão com uma consciência maior sobre a importância de se economizar neste momento, tanto para se prevenirem contra crises econômicas ainda maiores que as enfrentadas atualmente, quanto para fugirem das altas taxas de juros dos financiamentos e dos crediários.
Esta mudança na conduta dos consumidores já foi sentida no comércio neste final de ano com relação às compras de natal, onde o nível das vendas foi o menor registrado dos últimos 11 anos.
Por André F.C.
Foto: divulgação
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